RESUMO
Objetivo: fazer um levantamento epidemiológico da prevalência de doenças periodontais em pacientes hipertensos. Material e métodos: entre março de 2007 e março de 2009, pacientes do Instituto Nacional de Cardiologia tiveram seus registros médicos examinados. A avaliação periodontal foi realizada por um profissional previamente calibrado e incluiu os seguintes parâmetros: índice de placa, índice de sangramento, profundidade de bolsa, e nível de inserção clínica. O nível de doença periodontal foi classificado conforme os critérios da AAP (1999). Resultados: 170 pacientes hipertensos primários graves, resistentes ao tratamento anti-hipertensivo, foram examinados. A média de idade foi 54 anos (faixa de 39-78 anos). Destes, 14% possuíam diabetes. O número de dentes presentes foi igual a 16 (faixa de 0-30). O percentual de sítios com placa visível e sangramento a sondagem foi, em média, 60% e 43%, respectivamente. Todos os pacientes examinados apresentavam perda de inserção decorrente da progressão da periodontite. Com relação ao diagnóstico da condição periodontal, 91% dos pacientes apresentavam periodontite crônica avançada, 6% apresentavam periodontite leve/moderada e 3% eram desdentados totais. Conclusão: dentro das limitações do presente estudo, foi possível concluir que a amostra composta de indivíduos portadores de hipertensão arterial primaria resistente apresenta uma prevalência de doenças periodontais destrutivas (periodontite) muito mais alta do que as descritas na literatura para indivíduos normotensos ou sem doenças cardiovasculares. Tais achados contribuem para reforçar a hipótese da existência de uma associação entre doenças periodontais (periodontite) e hipertensão arterial.
Objective: to make an epidemiologic survey on the prevalence of periodontal diseases for hypertensive patients. Material and methods: between March 2007 and March 2009, patients from the National Institute of Cardiology Brazil had their medical records screened. The periodontal evaluation was made by a calibrated professional and included the following parameters: plaque index (PI), bleeding index (BOP), pocket probing depth (PPD), and the clinical attachment level (CAL). The level of the disease was classifi ed according the AAP guidelines (1999). Results: 170 patients having primary, resistant severe hypertension were examined. The mean age was 54 years (39-78 years). From these, 14% presented a diabetic condition. The mean number of residual dentition was 16 (0-30). The percentage of sites with visible plaque and BOP was 60% and 43%, respectively. All patients presented loss of periodontal attachment due to the progression of periodontitis. Regarding the periodontal condition, 91% of patients had advanced chronic periodontitis, 6% mild/moderate periodontitis, and 3% were completely edentulous. Conclusion: within the limitations of this study, it can be concluded that the prevalence of destructive periodontal disease in this sample of primary resistant hypertensive patients is higher than what can be found in the literature patients with no cardiovascular diseases. Such fi ndings contribute to reinforce the hypothesis of an association between periodontal diseases (periodontitis) and arterial hypertension.
